sábado, 17 de janeiro de 2009

Como contar histórias

• Passe segurança! Não se desculpe ao começar, nem em palavras, nem com uma expressão corporal encurvada.
• Conte em suas próprias palavras. Deixe a imaginação funcionar - isto é o que cria mágica e não malabarismos da memória.
• Se der branco, continue. Não faça caretas, nem desculpe-se. Continue descrevendo detalhes de cores, locais, isto estimula a imaginação e ajuda a memória. Ou então faça uma pausa, olhando todos nos olhos, como para levantar suspense (não olhe para o chão). Improvise!
• Mantenha as histórias até 10 minutos de extensão. Ensaie e calcule o tempo.
• A introdução é crucial. "Você vai ganhar ou perder nos 3 primeiros minutos dependendo de como você começa".
Você tem que criar sua "audiência no grupo de crianças, cada uma com seus próprios pensamentos e focos de atenção, antes que você possa começar a contar uma história para elas. Deve haver, na introdução, o indício de que coisas excitantes irão acontecer, incitando a curiosidade, unindo as crianças em antecipação. Não dê tudo na introdução. Sempre mantenha um certo nível de mistério, antecipação e surpresa durante toda a história.
• Nós adultos tendemos a subestimar a capacidade das crianças de imaginar e fantasiar, e assim, muitas vezes fazemos muitos esforços para explicar ou justificar o "cenário" ou explicar tudo com detalhes. Na verdade o que atrai as crianças é a possibilidade de entender os aspectos implausíveis da história depois; o que é ótimo, você tem a atenção delas e elas ficarão pensando no que você disse.
• Para contar histórias você precisa de um pouco de habilidade em vendas, sinceridade (não tente fingir alegria, tristeza, etc.. seja verdadeiro!), entusiasmo verdadeiro (não ser barulhento ou artificial), animação (em gestos, voz, expressão facial) e mais importante, ser você mesmo.
• Nós queremos que a mensagem chegue clara e bem definida. Seja qual for a maneira que você conte a história, tenha certeza de ser objetivo! Não assuma que as crianças vão entender. Torne a história o mais real possível. Barret diz para não "contar a história de uma maneira cansada ou mal resumida. Pule dentro da narrativa, com a mesma intensidade que os fatos... escolha UM ponto e conte-o como se fosse a notícia mais interessante do mundo".
• Mantenha simples e direto.
• Uma vez terminada a história, não fique divagando e corrigindo. Deixe os pensamentos das crianças presos no ponto da história, na mensagem central dela.
• Quanto mais você praticar, melhores ficarão as suas técnicas. Teste diferentes métodos, seja criativo. Você sempre aprende de suas próprias experiências. Não seja extremamente tímido ou preocupado "com o que os outros irão dizer se..." Não tenha medo de ser um palhaço ou fazer papel de bobo para Cristo e para as crianças. Humildade, amor e oração são elementos importantes para contar histórias, juntamente com criatividade e inovação. As crianças pegam muito mais do que a história de você; elas percebem o seu entusiasmo pessoal com a mensagem. Elas precisam ver que você foi tocado pela Palavra. Prepare o seu coração enquanto prepara a história.
• Tenha certeza de colocar algum drama, suspense na história. Deve haver uma situação que dirija ao clímax e ao final da história. O conflito pode ser introduzido imediatamente ou aos poucos para aumentar o suspense e a intriga. Tente levar os ouvintes a se preocupar junto com os personagens e se envolver com o que acontece.
• O professor deve estudar a lição muito bem. Você precisa saber muita coisa para poder ensinar um pouquinho.
• Crianças aprendem com seus sentidos. Elas adoram sentir, cheirar, tocar, escutar e ver. Descreva personagens e locais vividamente, ajudando-os a solidarizar-se com os personagens.
• Numa audiência mista, tente colocar a história ao nível do mais novo.

Características de uma boa história: Tema único e bem definido / Enredo bem desenvolvido / Estilo: imagens vívidas, sons e ritmos agradáveis / Caracterização / Coerente com a fonte / Apelo dramático / Apropriado / adequado aos ouvintes.

Contar histórias - Métodos
Ao escolher um método, comece por analisar a história e qual o seu objetivo. Em geral use:

Narração: quando a história tem um enredo simples e elementos familiares.
Participação ou cantos: quando você tem partes que se repetem freqüentemente e/ou frases engraçadas.
Material visual: quando a história for complicada ou contiver elementos desconhecidos.
Histórias caracterizadas: teatro, fantasias ou um único boneco. Quando o envolvimento ou o teatro ajudam a enfatizar a mensagem da história ou para facilitar a expressão de sentimentos e pensamentos interiores.

Dramatização: quando se quer ilustrar uma aplicação da mensagem ou se tem muitos personagens de igual importância.

Outras possibilidades são:
• Ler a história diretamente para as crianças. Ao se preparar leia a história diversas vezes e pelo menos uma vez em voz alta. Ao ler para as crianças seja tão animado como se estivesse contando-a; leia devagar e olhe nos olhos das crianças..
• "Vamos fazer de conta" muito bom para explorar atos e suas conseqüências.
• Contar uma experiência; algo que aconteceu a você, e de preferência que não te coloque como um "bom" exemplo.
• Discussão / perguntas e repostas para crianças mais velhas; lembre-se que uma história bíblica, por exemplo, não é uma palestra.

Métodos Envolventes:
• História participativa. Como quando um mágico usa alguém da platéia (crianças guardam 60% do que fazem, 30% do que vêem e apenas 10% do que escutam).
• Coros, cantos e histórias com eco. O professor combina com as crianças uma frase ou atitude a qual elas devem responder com uma palavra ou gesto específico. Ou faça com que as crianças criem os efeitos sonoros de acordo com a história sempre que você indicar. É impressionante a quantidade de coisas que eles memorizam assim.
• Pantomima: É especialmente eficaz com grupos pequenos de crianças menores, em que eles "participam" na história ao representar.
• Teatralizando: após contar rápida e resumidamente a história deixe as crianças se tornarem os personagens.
• Jogo de personificação: cada criança assume um personagem e deve reagir as situações que você apresenta.

Métodos visuais:
• Histórias em seqüência: a medida que a história evolui, use uma série de figuras para ilustrá-la. Livros de colorir são boas fontes de material; Cuidado com: temporização (para que as figuras não sejam apresentadas antes do fato), controle o interesse do grupo e não distraia a atenção deles dos pontos importantes.
• Quadros de Figuras ou palavras: A chave aqui é o elemento surpresa (o que será acrescentado depois?)
• Figuras misteriosas: a medida que a história é contada vá desenhando uma série de linhas e formas sem sentido até que as linhas se formem objetos reconhecidos que dão ênfase a partes da história. (Simplifique o trabalho fazendo os traços a lápis, bem claro, antes. Certifique-se que o quadro e o desenho são grandes o suficiente para ser vistos por todos. Falar e desenhar ao mesmo tempo é mais complicado que parece; conheça bem a história e pratique antes).
• Acrósticos: podem ser usados durante a lição preenchendo com as palavras no correr da história. (ex. escreva JESUS no quadro; a medida que a história continua escreva: José no J de Jesus, Esteve no E de Jesus, etc...
• Flanelógrafo: Muito útil se a seqüência, movimento e relacionamentos são importantes para a história.
Métodos visuais são especialmente importantes se objetos desconhecidos são parte da história. Às vezes é melhor apresentar os objetos antes da história para evitar confusão durante a narrativa.
Outros métodos visuais incluem modelagem, dobraduras, quadros de giz, mapas...

Métodos dramáticos
Ao contar uma história, lembre-se que suas expressões faciais e gestos são tão importantes como o tom e o som da sua voz. Aprenda a exagerar emoções, desenvolva diferentes vozes e personalidades, conte histórias em "bumerangue", isto é você dialoga com você mesmo.
• História narrativa. O professor assume a postura de observador / testemunha, até às vezes usando uma fantasia. Ajude as crianças à "estar lá" com você, ver através dos seus olhos.
• Esquetes ou quadros vivos. A história toda ou partes são encenadas.
• Entrevista: onde o professor entrevista um personagem convidado (requer 2 pessoas ou você e 1 boneco).
Bonecos e fantoches. Existem diversos tipos de fantoches. Os mais simples podem ser feitos a partir de uma meia ou saco de papel ou simplesmente recortando silhuetas e colando-as a palitos de picolé.
Cada fantoche deve ter uma personalidade clara (ex. nervoso, tímido, orgulhoso.. ) e também uma voz que não devem mudar durante a história.
Não use fantoches apenas para narrar a história, Converse com o boneco ou faça com que atuem.
Tome cuidado ao usar fantoches em um teatro, para que eles não caiam da cena, a medida que seus braços cansem e para que sua voz alcance a platéia. Cuidado com movimentos fora de sincronia, diálogos muito complexos e excesso de objetos e cenários. Mantenha contato visual (olhar) entre os fantoches e entre fantoches e crianças.


Entonação Nada é mais entediante para uma criança do que uma leitura monótona. A voz dramatiza a história. Mas cuidado para não exagerar, levando a criança a duvidar da "veracidade" da sua história com aquele "Ah, não foi assim..."
Ler ou contar Tanto faz. O historiador Ariel Waissman faz os dois. "Improvisar exige mais da minha criatividade. Já inventei aventuras que o Jaime adorou e pediu que eu contasse de novo. Senti-me realizado. Outras, porém, não fizeram sucesso", confessa. Os enredos improvisados de sucesso têm os filhos como personagens. Mas a leitura é também uma ótima ferramenta. Cria no filho a idéia de que as histórias moram nos livros.
Cenário Não é preciso muita elaboração para criar cenas. Um simples lápis que se transforma em vara de condão ou um lenço que vira uma capa mágica são capazes de encantar a criança. É até possível prender a atenção da garotada com legumes. "Beterrabas são as princesas. O pimentão é o sapo e o alho-porro, o rei", conta. Os alimentos funcionam bem com as crianças de 2 ou 3 anos. As mais velhas sabem que uma batata é uma batata.
Não tem hora Se quiser, estabeleça um momento do dia para a história, como antes de dormir. Mas não há regras.
Com vontade Não obrigue a criança a ouvir histórias quando ela não quer. Muito menos se obrigue a contar quando não está com vontade. A criança também sente quando a gente lê por obrigação.
Tintim por tintim Tente não mudar o enredo das histórias. Crianças pequenas pedem que se repita várias vezes a mesma história. Esperam determinadas partes só para confirmar que as ouviram antes. É assim que também vão compreendendo melhor o conto.
Criando clima Depois de um dia inteiro fora de casa, não vá direto contando histórias. Converse com seu filho. Esgote as ansiedades infantis. Brinque com ele para entrar no clima e se desprender das preocupações.
No meio do caminho Prepare-se para interrupções. Nada mais gostoso que curiosidade de criança e você pode estimular mais devolvendo as perguntas a seu filho.
História de quê? Varie os gêneros. É ótimo contar para as crianças, de vez em quando, história de assombração com uma vela ou uma lanterna na mão, no escurinho do quarto. Se seu filho for muito medroso, não exagere na encenação, pois ele poderá acordar no meio da noite com medo.
Rapidinho Criança pequena não tem paciência com história longa. Gosta de figura, pouco texto e exige mais da criatividade dos pais para manter-se atenta. As maiores já conseguem se concentrar por mais tempo. Tenha livros com histórias de vários tamanhos.

Cuidados gerais:
Atente para possíveis erros de interpretação dos objetivos da lição. Cuide para não pegar as histórias literalmente ou carregá-las com outras conotações em detrimento da mensagem.
Boa sorte.

Nenhum comentário: