Saúde: Chupeta ou dedo?
Tire do berço
“O melhor é criar um hábito saudável desde o início, tirando a chupeta do berço assim que o bebê adormeça”, recomenda a professora de fonoaudiologia da Universidade de São Paulo, Mariângela Bittar. Assim ele ficam menos tempo com ela na boca. O hábito de deixar a chupeta no berço pode ter desdobramentos complicados. A mãe dos gêmeos Vinícius e Juliana, 1 ano e 10 meses, Nirlei Budoya, 35 anos, arrepende-se hoje de ter acostumado os filhos a ter a chupeta recolocada na boca durante a madrugada sempre que ensaiavam um resmunguinho. “Agora eles acordam berrando quando ela cai da boca e eu preciso ajudá-los a encontrá-la várias vezes por noite,” conta.
Como cuidar
Antes do primeiro uso, lave a chupeta com água e detergente suave e em seguida enxágüe. Esterilize em água fervente por cinco minutos no fogão ou no microondas. Repita o procedimento após cada uso (ou quando cair o chão, pois a sujeira pode provocar diarréia) e retire a água que ficar retida nela antes de dar ao bebê. Examine regularmente o bico e o disco da chupeta. Descarte se estiver rachado, inchado, torcido ou pegajoso. “Verifique se o tamanho é adequado à idade do seu filho e certifique-se de que a chupeta tem o selo do Inmetro. Há muitas chupetas pirata por aí”,ressalta o presidente da Associação Brasileira e Produtos Infantis (Abrapur), César Sansana.
Látex ou silicone?
A maior parte das chupetas usadas hoje em dia é de silicone, menos poroso. Normalmente duram mais e enfrentam melhor esterilizações sem deformar. As de látex, no entanto, são mais resistente à mordida, de acordo com os fabricantes.
Montes de chupetas
Não faça coleção de chupetas diferentes para combinar com a roupa. Nem vá atrás de conselhos de amigas como colocar várias chupetas no berço. Isso pode complicar mais a situação, como apegar a criança ainda mais à chupeta ou criar o hábito de só dormir com uma chupeta na boca e outra nas mãos. Mais difícil do que tirar uma, é tirar três chupetas, não é mesmo?
Prendedores etc.
Não deixe a chupeta à vista do bebê. A química Andréa Azevedo, 33 anos, mãe de Thiago, 1 ano e 9 meses, leva-a numa caixinha, que fica escondida. Especialistas, como a fonoaudióloga do Hospital e Maternidade São Luiz, Flávia Martim Ribeiro, não são favoráveis
Chupeta ou dedo?
Tanto o dedo quanto a chupeta podem levar a deformidades se o uso não for restringido. “A diferença é que o dedo não é algo imposto”, defende a pediatra Elsa Giugliani. Alguns especialistas acreditam que com a idade a criança que chupa o dedo vai largar o hábito mais facilmente, porque precisará da mão para explorar o mundo e brincar. Para outros, o problema do dedo é que não dá para tirar e esconder da criança. “Imagine fazer uma dieta e ter colocado em você um chocolate que você adora”, diz a odontopediatra Dóris.
Até quando usar?
Não há consenso. “De forma geral, recomenda-se que não passe do segundo ano de vida”, diz a fonoaudióloga Zelita Caldeira, professora da Unisfesp. A partir dos 6 meses, o bebê reduz a necessidade de sucção por causa da alimentação. A administradora Lilian Beiguelman, planejando tirar a chupeta de Nicole, 1 ano e 5 meses, limita o uso, dá só na hora de dormir, à noite.
A hora de largar
O ideal é tirar de forma gradual para não criar problemas emocionais na criança. “Não sugira trocas abruptas por presentes, pois a necessidade emocional continua e depois seu filho vai pedir uma nova”, diz a fonoaudióloga Maria Laura. Se a criança é muito apegada à chupeta, explique que o uso prolongado pode causar problema e procure alternativas.Tente ir driblando a vontade e reduzindo a freqüência. Leia uma história, cante uma canção e, acima de tudo, invista - se de paciência, muita paciência.
Fonte: Revista Crescer, março/2006
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