FALANDO E OUVINDO
O DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM INFANTIL
Logo ao nascer, ao chorar, a criança manifesta sua primeira atitude de comunicação. O choro continuará aparecendo e a mãe dará significado a ele.
Você já deve ter ouvido ou mesmo dito: "Esse choro é de dor de barriga" ou "Esse choro é de sono", pois bem, somos nós mamães que atribuímos significado ao choro, estabelecendo um código de comunicação. Com nossas reações dizemos ao bebê que entendemos que aquele choro significa dor de barriga, sono, ou outra mensagem e assim ativamos o processo de aprendizagem da comunicação.
Com o reforço positivo e o significado as tentativas de comunicação persistem e a fala aparece.
No primeiro mês de vida o bebê produzirá pequenos ruídos de garganta.
No segundo mês surgirá o sorriso acompanhado de balbucio e arrulhos.
No terceiro mês as risadas estarão mais altas e o balbucio mais freqüente. E o balbucio se intensificará por causa do significado que a mãe dá a essa tentativa de comunicação.
Iniciam-se brincadeiras com a voz e a repetição de monossílabos e, no quarto mês de vida, a criança direciona o rosto para a origem do som que ouve.
"Mamãe olhe para mim!" seria a melhor forma de definir o uso que o bebê faz do balbucio na etapa que vai do quinto ao sexto mês.
"Quando ele crescer vai ser cantor"; diria a mãe de um bebê de sete meses, ouvindo-o emitir sons cantarolados.
No oitavo mês de vida o bebê reconhece seu nome e a palavra "não".
Do décimo ao décimo segundo mês surgem as primeiras palavras. A criança, quando estimulada, tenta nomear objetos, responde sim e não com a cabeça, segue instruções simples e aos doze meses seu vocabulário pode atingir 5 a 6 palavras.
Com 24 meses estará em torno de 200 palavras. Dos dois anos aos dois anos e meio aumentará para 300 palavras. A criança fará perguntas simples, entenderá ir e vir, correr e parar, dar e pegar entre outras frases.
Aos 36 meses serão cerca de 800 palavras. Relatará histórias imaginárias simples, começará a fazer perguntas, falará sobre suas experiências.
Nesta etapa podem surgir as disfluências, que são rupturas da fala, as famosas gagueiras. Desta fase até os sete anos de idade são consideradas normais no desenvolvimento de algumas crianças. Portanto não devem ser corrigidas ou repreendidas para não se tornarem no futuro gagueira verdadeira. Com o tempo a disfluência diminui até sumir.
A compreensão da fala pelo interlocutor será de 90 a 100% e o vocabulário expressivo estará em torno de 900 a 1500 palavras. No final do quarto ano de vida a articulação estará melhor e restarão poucos sons a serem adquiridos. Aos quatro anos e meio a criança já possui todos os sons da fala. Até os 6 anos estará com um vocabulário complexo, lexicalmente falando.
O aumento do vocabulário se dará à medida que a criança for estimulada em casa e na escola e ela fará novas aquisições até a idade adulta, já que o conhecimento é progressivo.
Alguns fatores podem alterar a evolução da fala. São eles, a falta de estimulo à conversação, falar errado com a criança fornecendo um padrão incorreto de fala (fala infantilizada), fatores emocionais, atrasos no desenvolvimento global, otites freqüentes, deficiência auditiva, fatores genéticos, uso indiscriminado e errado de chupeta e mamadeira, bem como maus hábitos bucais (chupar o dedo, por exemplo).
A boa aquisição da linguagem oral refletirá diretamente na aquisição da linguagem escrita.
Estas valiosas orientações foram generosamente oferecidas pela fonoaudióloga
Denise Marques Ferreira Gonçalves, especialista em terapia fonoaudiológica e fonoaudiologia escolar.
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