segunda-feira, 12 de janeiro de 2009
DORMINDO
A hora de dormir dos filhos é uma ocasião desgastante para muitos pais. O bebê acorda até três vezes durante a noite para ser alimentado, ou, já maior, nega-se a ir para a cama, a dormir, ou ainda insiste em levantar.
Para evitar esses transtornos, é importante ensinar à criança onde dormir (na cama própria, se possível) e quando dormir (ou seja, à noite). E também a dormir por si mesma e a voltar a dormir por si mesma quando acordar durante a noite.
Alimentar o filho na madrugada, permitir que ele fique acordado até sentir-se exausto, deitar a seu lado para faze-lo dormir, são procedimentos que prolongam os problemas.
Quando a criança recusa-se a ir para a cama, muitos pais curvam-se ante a teimosia, permitindo aos filhos assistir televisão até que adormeçam ou permanecerem acordados até a hora em que os adultos vão dormir.
A receita para uma convivência tranqüila é objetiva: Determine a que hora quer que seu filho vá para a cama e crie um ritual para marcar o momento. Por exemplo, dar banho, vestir pijama, faze-lo escovar os dentes, ler uma história para ele.
Nessas ocasiões, evite deixar a criança agitada por estímulos, como brincadeiras ou cócegas.
Seus filhos podem querer conversar com você na hora de dormir. Procure fazer isso no quarto deles, não no seu. Assim, ao dizer boa noite você sai do quarto deles e não eles do seu.
Nunca suspenda o ritual noturno para punir um mau comportamento.
Encoraje seu filho ou filha a ter um bicho de pelúcia, um travesseiro ou coberta de estimação. Isso dará segurança, mesmo porque você não estará ao lado dele ou dela na hora de dormir, ou de acordar.
Criança teimosa não cede facilmente. A recomendação é clara: Feche a porta do quarto dela dizendo "Quando você ficar quietinha eu abrirei a porta".
Caso ela levante e saia do quarto, repita a operação. Leve-a com firmeza de volta à cama dizendo mais uma vez "Quando você ficar quietinha abrirei a porta".
Ameaçar ou demonstrar nervosismo e impaciência só reforçam o comportamento indesejável.
Muitos pais temem que ao fechar a porta do quarto possam estar assustando o filho, produzindo um trauma psicológico. Há consenso entre os especialistas de que é preciso impor limites à criança. A barreira física representada pela porta fechada é a maneira adequada de estabelecer esse limite. Claro está que os pais podem falar com a criança através da porta fechada. Assim ela saberá que estão presentes.
Há ainda situações em que a criança adormece sem dificuldade, mas durante a madrugada acorda, indo para a cama dos pais.
Devolvendo-a imediatamente a seu quarto, tão logo seja notada, evita que o comportamento tenda a repetir-se. Ela aprenderá a estar só e a não comprometer a privacidade dos pais.
Aprender a adormecer e a voltar a dormir sozinha é um direito da criança. Não devem os pais assumir a tarefa e impedir que elas o exerçam.
PESADELOS
Como ocorre com adultos, crianças também têm sonhos assustadores que as fazem acordar amedrontadas. Embora não se saiba a razão, considera-se que os pesadelos surgem na medida em que afloram medos e ocorrem conflitos internos na criança, acontecimentos naturais no processo de desenvolvimento.
Situações da vida real, tais como filmes de terror ou cenas de violência mostradas pela televisão também podem desencadear pesadelos.
Os pesadelos acontecem com freqüência na segunda metade da noite, quando os sonhos são mais intensos.
Acordada por pesadelo, a criança assustada precisa de contato físico, apoio e carinho. É possível que seja capaz de relatar o que ocorreu no pesadelo, permitindo aos pais mostrarem ter sido unicamente um sonho.
É aconselhável permanecer junto a criança alguns tempo, até que ela se acalme e volte a dormir.
No dia seguinte, procure verificar se há alguma coisa perturbando seu filho. Os pesadelos são mais comuns em crianças que passam por situações de stress.
TERROR NOTURNO
Diferentemente do pesadelo, o terror noturno “Pavor Nocturnus” ocorre no início da noite, 1 a 4 horas depois que a criança adormece. Os pais encontram o filho sentado na cama gritando, gesticulando, mas não totalmente acordado. Com palpitação, olhos bem abertos. Pode estar falando, mas não responde ao que é perguntado.
Durante o episódio a criança não tem consciência da presença dos pais. Pode empurra-los e soluçar mais forte, se for tocada. Fica inconsolável, às vezes até por 30 minutos. Finalmente, relaxa e volta a dormir. No dia seguinte não lembra do acontecido.
Episódios de terror noturno são comuns dos 3 aos 8 anos de idade. Condição quase sempre herdada. Não produzem maiores danos e desaparecem com o crescimento.
Os pais não devem procurar consolar a criança durante o episódio. Ela está só parcialmente acordada. É suficiente fazer companhia, até que ela volte a dormir em segurança.
XIXI NA CAMA
As crianças que urinam na cama (enurese noturna) gostariam de estar secas e sentem-se culpadas pelo que fizeram. A reação mais adequada dos pais é consolar o filho ou filha dizendo, “Isso acontece”, “Sabemos que não foi por querer”.
Para evitar esse acontecimento:
Faça a criança urinar antes de deitar. Algumas delas tem uma capacidade pequena de retenção de líquidos na bexiga.
Forre a cama com plástico.
Não ponha fralda. Seu filho vai se sentir um bebê e estará desestimulado para levantar-se e ir ao banheiro.
A enurese deve ser vista como um inconveniente, não um problema sério. É condição comum, que afeta milhões de crianças e exige paciência e compreensão dos pais. Caso persista muito além do desejável, existem medicamentos que poderão ser prescritos pelo pediatra.
SONAMBULISMO
Ao contrário do que se imagina, o sonambulismo (caminhar dormindo) é comum. Cerca de 30% de todas as crianças na faixa dos 5 aos 12 anos tem pelo menos um episódio e em 6% delas o sonambulismo é persistente. Mais comum em meninos do que em meninas é muitas vezes herdado de um dos pais.
O quadro típico ocorre cerca de 2 horas após a criança pegar no sono. Ela acorda e senta abruptamente na cama. Olhos bem abertos, olhar vítreo e fixo. Mesmo encarando os pais, não demonstra reconhece-los. Responderá a perguntas com murmúrios. Pode realizar atos mecanicamente, vestir-se, despir-se, abrir ou fechar portas, acender ou apagar luzes e, quando caminha, consegue evitar quase todos os objetos do percurso.
Normalmente o episódio dura de 5 a 15 minutos e pode ocorrer mais de uma vez na mesma noite. Não se consegue despertar o sonâmbulo e ele não lembrará do ocorrido no dia seguinte.
A maioria das crianças com o problema irá supera-lo na adolescência. É importante que os pais assegurem aos filhos que se trata de uma ocorrência normal e mantenham-se vigilantes em relação à segurança. Em lugar de tentar acordar criança, o melhor a fazer é devolve-la à sua cama.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário