quarta-feira, 9 de setembro de 2009

BABÁ QUEM É VOCÊ?

Os bebês estranham até mesmo alguns membros da família. Como a babá pode ajudar os pequenos amedrontados a encará-la com tranqüilidade e passar a ser um ente querido e confiável? (Guia Sleeper / 2003)

Em tempos em que as famílias precisam se organizar das mais variadas formas para dar conta da demanda profissional sem que isto signifique prejuízo para as crianças, uma profissional qualificada pode ser de grande valia. Uma boa babá pode ser uma aliada dos pais no dia-a-dia, especialmente se ela não interferir no importante vínculo que as crianças precisam manter com seus pais. A babá deve se colocar como auxiliar nesta difícil função de cuidar e de formar pessoas, sempre em nome dos pais e jamais, com sua eficiência ou experiência , afastá-los dos filhos.
Quando uma criança pequenina sente-se protegida, amada e valorizada, ela tende a se apegar facilmente e isto é um dos sinais de que esta pessoa lhe faz bem. Os pais descrevem um misto de ciúmes e gratidão ao perceberem que a criança, algumas vezes, torna-se mais “difícil” em sua presença do que na companhia da babá. Isto é muito natural, uma vez que a babá tem uma neutralidade na relação com a criança, ao contrário dos pais, que investem seu afeto, expectativas e anseios nos filhos. Por outro lado, estando fora de casa a maior parte do dia, ao retornar encontrarão uma criança que quer fazer o tempo render ao seu lado, demorando mais para comer, tomar banho, dormir…muitas vezes a mãe sente-se incapaz de levar estas tarefas adiante, e acaba por, equivocadamente, achar que a babá é a melhor pessoa para fazê-lo. O sentimento de culpa que em alguns casos os pais sentem por estarem fora de casa se soma aos comentários de algumas babás desavisadas: “Não sei o que deu nele, estava ótimo até a senhora chegar…”
Num curso de treinamento de babás, um de nossos focos deve ser justamente esclarecer a estas profissionais que elas precisam, além de ter iniciativa, paciência, um perfil bem humorado, brincalhão, verdadeiramente confiável e zeloso, demonstrar uma boa dose de sensibilidade para perceber os limites de atuação junto à criança e as formas de fortalecer o vínculo dela com sua família. Ampliar a comunicação entre os pais e a babá me parece um excelente caminho para esta difícil tarefa.

Por Fernanda Roche

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