terça-feira, 1 de setembro de 2009

PERÍODO PRÉ-ESCOLAR – 2 ANOS E MEIO A 6 ANOS


Este período se caracteriza por um crescimento físico e emocional acentuado. Entre 2 e 3 anos, as crianças alcançam metade da altura que terão quando adultas. Os vinte dentes-de-leite já estão em seus lugares no começo deste estágio e, no final, começam a cair. As crianças estão prontas para entrarem na escola no final deste estágio, aos 5 e 6 anos, já dominaram as tarefas de socialização primária – a controlarem os esfíncteres, a se vestirem e alimentarem e a controlarem suas lágrimas e ataques de raiva, pelo menos, na maior parte do tempo.

Desenvolvimento Cognitivo e da Linguagem: a linguagem se expande e a criança faz uso de frases. Para Piaget, esta é a fase pré-operatória ( mais especificamente dos 2 a 7 anos), durante a qual as crianças começam a pensar simbolicamente. Geralmente, entretanto, este pensamento é egocêntrico, como no período sensório-motor; a criança não consegue colocar-se no lugar do outro, sendo incapaz de sentir empatia. O pensamento pré-operatório também é intuitivo e pré-lógico; neste estágio, não entendem as relações de causa e efeito.

Comportamento Emocional e Social: no início do período pré-escolar, as crianças são capazes de expressar afetos complexos, como amor, infelicidade, ciúme e inveja, nos níveis tanto não-verbal quanto verbal. A capacidade da criança para cooperação e compartilhamento começa a surgir. A ansiedade está relacionada à perda de ente querido de quem depende, e à perda da aprovação e aceitação.
Aos 4 anos, as crianças aprendem a compartilhar e a se preocuparem com os demais, sendo que sentimentos de ternura, às vezes, são expressos.
Ao final do período pré-escolar, as crianças têm muitas emoções relativamente estáveis. Expansividade, curiosidade, orgulho e excitação alegre relacionada a si mesmo e à família são equilibrados por timidez, reserva, temor, ciúme e inveja. Vergonha e humilhação são evidentes; sentimentos de culpa são possíveis.
As crianças entre 3 e 6 anos têm muita consciência acerca da genitália e das diferenças entre os sexos. Em suas brincadeiras, como nas de médico e enfermeira, as crianças atuam suas fantasias sexuais. A consciência sobre seus corpos estende-se além dos genitais.
É a época do Complexo de Édipo, quando as crianças têm impulsos sexuais com relação ao pai do sexo oposto, e desejam eliminar o pai do mesmo sexo, esperando punição por tais desejos. A punição esperada pelos meninos é a castração. A ansiedade de castração leva o menino a desistir da mãe como objeto sexual, a reprimir seus impulsos em relação a ela e a identificar-se com o pai, formando, no processo, um superego. O complexo de Electra sustenta que a garota deseja ter o amor exclusivo de seu pai e substituir a mãe; a filha resolve este conflito identificando-se com sua mãe. A falta do pênis é considerada como evidência da castração. Freud acreditava que a menina desenvolveria a inveja do pênis como resultado disso, e desejaria possuir seu pai, a fim de obter seu pênis. O desejo das meninas, de se casarem com seus pais e terem um bebê, portanto, representaria o desejo de terem um pênis.
Ao final deste estágio, a consciência da criança está formada. O desenvolvimento da consciência dá o tom para o senso moral de certo e errado da criança. Piaget propôs estágios do desenvolvimento moral paralelos aos estágios cognitivos. No estágio pré-operatório, as crianças vivenciam as regras como sendo absolutas e de modo independente. As crianças não compreendem que possa haver mais de uma perspectiva para uma questão moral; uma violação das regras exige uma retribuição absoluta – ou seja, a criança tem uma noção de justiça imanente.

Jogos: nos anos pré-escolares, a criança começa a diferenciar a realidade da fantasia, e os jogos refletem esta crescente conscientização. Os jogos de “faz-de-conta” são populares e ajudam a testar as situações da vida real de um modo divertido. São comuns os jogos dramáticos nos quais a criança encena um papel, como de dona-de-casa, motorista e professora... Os relacionamentos em brincadeiras de um para com o outro companheiro progridem para padrões mais complicados com rivalidades, segredos e intrigas de dois-contra-um.
Entre os 3 e 6 anos, o crescimento pode ser acompanhado através de desenhos. O primeiro desenho de figura humana consiste de uma linha circular com traços para a boca, nariz e olhos; as orelhas e os cabelos são acrescentados mais tarde; a seguir, aparecem os braços e dedos finos como varetas; depois, vêm as pernas. A última coisa a aparecer é um tronco proporcional ao resto do corpo. A criança inteligente é capaz de lidar com maiores detalhes. Os desenhos expressam a criatividade ao longo do desenvolvimento infantil.

Amigos Imaginários: os amigos imaginários aparecem, principalmente, durante os anos pré-escolares, geralmente, na forma de pessoas. Eles também podem ser coisas, como brinquedos, que são antropomorfizados. A sua importância não está clara, mas estes companheiros são, geralmente, afetuosos, aliviam a solidão e diminuem a ansiedade na criança.

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