quarta-feira, 9 de setembro de 2009

O despertar da inteligência

O grau de inteligência de uma criança está ligado a dois fatores. O primeiro – fator genético – tem a ver com certas habilidades que os pais apresentam, como o pendor para as artes plásticas ou o atletismo, e que o filho acaba herdando.
Impossível negar, também, a importância do meio em que o pequenino vive e que pode estimular o desenvolvimento de determinada habilidade, do mesmo modo que é capaz de dificultá-lo. Por exemplo, se ele tem ouvidos sensíveis e grande musicalidade, mas em casa não se ouve música e as pessoas pouco falam, é possível que surja menos um violinista no mundo.
O fator ambiental justifica igualmente o fato de gêmeos idênticos, separados depois do nascimento e que crescem em ambientes diferentes, apresentarem uma inteligência semelhante apenas do ponto de vista genético.

Máquina de aprender

Afinal, o que vale mais e em que medida: o que trazemos impresso em nossos genes ou aquilo que aprendemos com as experiências vividas? Enquanto os especialistas buscam respostas tão complexas, de uma coisa eles têm certeza: desde que o cérebro se forma funciona como uma poderosa máquina de aprender. Uma prova? Ainda no útero, o bebê responde a estímulos externos.
Quanto ao recém-nascido, não subestime sua inteligência! Digamos que ele ainda não dispõe de muitas informações, mas está ávido para armazená-las, o que fará com uma rapidez impressionante. E, ao contrário dos nossos computadores que ficam lentos quando carregados de programas, o cérebro dos bebês parece ter uma capacidade de armazenamento, uma memória que não se esgota jamais.

Esqueça a ansiedade

O potencial da criança é, sim, muito influenciado pela família e pela escola. Não estamos defendendo a pressa, a ansiedade dos adultos ou a hiperestimulação. Nada mais errado do que forçá-la a fazer coisas para as quais ainda não está preparada ou exigir que pule etapas. É preciso engatinhar antes para, no momento seguinte, conseguir andar com passos firmes.
Então, como agir? Uma ótima idéia é conversar com o bebê desde cedo, mostrar figuras, nomear objetos, contar e ler histórias, fazer com que ouça música. E não precisa ser um disquinho especial para baixinhos. Mozart ou Tom Jobim, que você adora, provocam os mesmos estímulos.
Outro ponto fundamental é deixá-lo livre para suas próprias descobertas, para que aprenda a se relacionar e suportar frustrações. Hoje, mede-se o QI (Quociente de Inteligência) da criança, levando em conta o seu QE (Quociente Emocional) avaliado por meio de testes específicos.

Imitar é o primeiro passo

As pessoas queridas funcionam como exemplos seguros e estáveis a seguir. Imitação: existe maneira melhor de aprender? Com seu toque, sua voz e as brincadeiras que fazem, papai e mamãe permitem que o filho adquira os conhecimentos necessários a cada etapa. E melhor: que faça isto de uma forma organizada, segura e prazerosa.
Da gestação até os seis anos de idade. Neurologistas garantem que é a fase de ouro para que a mente assimile novos conhecimentos, sem os bloqueios que, mais tarde, costumam dificultar a aprendizagem. Não há tempo a perder, portanto. Vamos ficar atentos e, sem exageros, fazer o que estiver ao nosso alcance.

Como ajudar?

Converse com o neném desde a gravidez. Fale com entusiasmo, mas nunca rápido demais.
Brinque com o corpinho dele. Movimente as perninhas e as mãos, massageie as costas, troque-o de posição, faça cócegas com suavidade.
Execute tarefas, como dar banho e comida, de forma lúdica, transformando estes momentos em puro prazer. Cante, fale, vá nomeando os objetos: fralda, sabonete, banheira. Feliz, ele aprenderá mais rápido.
Demonstre confiança nas tentativas que a criança faz de vencer desafios. Não desanime caso ela demore a falar ou se recuse temporariamente a usar o peniquinho.
Fuja das comparações com os primos e vizinhos que parecem fazer prodígios em seu desenvolvimento.
Responda sempre com a verdade. É claro, levando em conta o que seu filho já consegue entender.
Respeite a vontade do bebê, quando ele demonstrar cansaço. Mesmo que a brincadeira esteja ótima e falte o fim da história, o melhor é parar e retomar em outro momento.

Por Sylvia Leal

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