Os acidentes de trânsito são a principal causa externa de morte de crianças com idade entre 1 a 14 anos. Quando não matam, deixam seqüelas para o resto da vida. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Ortopedia Pediátrica, os acidentes de tráfego são responsáveis por 33% das mortes de crianças com idade superior a 1 ano. As batidas de automóveis em que a criança não está acomodada com a segurança necessária representam 16% dos acidentes fatais.
A coordenadora regional da ONG Criança Segura, Alessandra Françóia, enfatiza: crianças com menos de 12 meses e com peso abaixo de 9 kilos só devem ser transportadas em cadeirinhas apropriadas e de costas para o movimento do carro. “ Por serem muito novas, elas ainda não tem firmeza da cabeça para segurar o impacto. Estando de costas a cadeira absorve o impacto. Estando de costas, a cadeira absorve o impacto mais facilmente”, explica.
As crianças entre 1 e 4 anos também devem ser transportadas em cadeirinhas presas firmemente ao cinto de segurança do veículo. Entre 4 e 10 anos, é necessário o uso de suportes especiais (chamado buster). “Eles ajudam a adequar o cinto ao tamanho da criança nesta fase em que são grandes demais para sentar na cadeirinhae pequenas para usar o cinto normal”, esclarece. Com mais de 10 anos as crianças já podem ser transportadas usando o cinto de segurança de três pontos.
Além de colisões, os atropelamentos, também são responsáveis por grande parte dos óbitos e ferimentos infantis. De acordo com dados do Ministério da Saúde, eles são a quarta causa mais freqüente de morte e geralmente ocorrem no bairro de residência. Para a presidente do Departamento Científico de Segurança da Criança e do Adolescente da Sociedade Paranaense de Pediatria, Luci Pfeiffer, por volta dos sete anos a criança já brinca mais fora de casa e ainda não têm a noção de distância nem da velocidade a que o carro trafega.
Bruno Machado, 6 anos, por exemplo, brincava em frente à sua casa quando foi atingido por um carro. há três semanas. A mãe do menino, Josefina Araújo Machado, conta que ele atravessou a rua correndo atrás de um amigo e não viu o carro. Segundo ela, Brunoi não tem hábito de brincar na rua, que é movimentada e não tem sinaleiro. O descuido custou ao garoto quatro costelas quebradas, uma cirurgia e vários dias de internamento no hospital.
Evite crendices nos primeiros-socorros
Tão importante quanto medidas preventivas aos acidentes são os primeiros-socorros. Para os casos mais graves, a orientação é que seja chamado o serviço de emergência. “Tem gente que põe em prática um monte de crendices populares que acabam só piorando o estado do ferimento”, afirma Luci Pfeiffer, presidente do Departamento Científico de Segurança da Criança e do Adolescente da Sociedade Paranaense de Pediatria.
Segundo a médica, no caso de queimaduras, a única coisa que se deve fazer é abafar o local com um pano para conter o fogo e em seguida colocar o ferimento sob água fria. Nada de passar pomada, pasta de dente, café e outras receitas caseiras. De acordo com Edílson Forlin, presidente da Sociedade Brasileira de Ortopedia Pediátrica, no caso de quedas, a recomendação é não mexer nem levantar a criança, isso pode agravar alguma fratura. “Deve-se chamar o resgate especializado”, aconselha.
Se a criança tiver um corte mais profundo, a orientação é limpar o ferimento, comprimir o local para fazer parar de sangrar e ir a um hospital. No caso da ingestão de medicamentos em excesso ou produtos químicos, não se deve provocar vômito nem tomar leite como manda a cultura popular. “Casos de intoxicação, sufocamento ou afogamento que muito comuns agora no verão devem ser encaminhados para o hospital para que a criança receba o atendimento adequado”, ressalta Luci.
Reportagem retirada da Gazeta do Povo de 09 de janeiro de 2006
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