quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Médicos se posicionam formalmente contra o TÊNIS DE RODINHAS

Lançado há alguns meses, o tênis com rodinhas caiu no gosto das crianças com menos de seis anos, embora ainda deixe muitos pais preocupados. Ciente de que o calçado está sendo utilizado por crianças de 70 países, a Academia Americana de Cirurgiões Ortopédicos acaba de lançar um folheto que alerta para a importância de as crianças utilizarem capacete e protetores nos pulsos, joelhos e cotovelos sempre que estiverem usando os tênis com rodinhas.

“Como esses calçados são vendidos em lojas de departamentos, os pais geralmente acreditam que não oferecem riscos a seus filhos”, diz o ortopedista pediátrico James Beaty – presidente da Academia.

Na opinião do médico ortopedista Luiz Antonio de Azevedo Lage, desde o lançamento do tênis com rodinhas a classe médica acreditava que o calçado podia se transformar em um brinquedo perigoso.

“O grande problema é que o calçado continua sendo vendido como inofensivo, quando pode causar lesões tão importantes quanto o ciclismo ou o skatismo, por exemplo. Pior ainda é o fato de que, em qualquer esporte, há um tempo de aprendizado que costuma receber a orientação e atenção dos pais ou responsáveis. Isso não ocorre com o tênis-patins, já que ao vestir o calçado, a criança veste também o brinquedo, assumindo seus riscos”, diz Lage.

Para o especialista, o modismo tem levado cada vez mais crianças para o Pronto Atendimento dos hospitais. “Muitas vezes elas testam os patins longe da assistência dos pais, sem avaliar riscos ambientais como irregularidades no piso e movimento de pedestres ou automóveis, o que pode causar graves acidentes e lesões diversas, principalmente em membros superiores, que são as fraturas mais comuns em crianças”.

Lage defende que mais vale dar um par de patins à criança e ensiná-la a usar de forma adequada e protegida, vestindo os equipamentos de segurança adequados, do que ‘embarcar’ em modismos que podem comprometer os movimentos de alguém que não tem capacidade de decidir sozinho.

Fonte: Dr. Luiz Antonio de Azevedo Lage, médico ortopedista da Clínica Lage Ortopedia de Ponta e membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia.

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